quarta-feira, abril 21, 2004

És o maior, Douro.

No Blog dos sem Blog lançou-se a pergunta "Porque é que depois do 25 de Abril era muita gente de esquerda e hoje são de centro-direita?".

E o Douro respondeu:

"Houve uma esquerda que caíu em si de espanto ao dar-se conta dos gulags soviéticos, dos genocídios do Kampuchea, da mortandade maoista e da escuridão albanesa. O guevarismo era afinal mero banditismo de montanha, senão mesmo terrorismo paisano ao estilo peruano. Essa esquerda idealista e romântica que aspirava a uma verdadeira revolução deparou-se com os soares da praça, os miterrands cumplices do massacre ruandês, o caceteirismo cunhalista, o deboche dos "radicais" estilo Mário Branco e foi tratar da vida que apareceram crianças para alimentar e educar. Hoje nao há esquerda: há uns verdes a proteger os passarinhos , um Sampaio a dizer que isso é compatível com o desenvolvimento sustentado e uns folclóricos a apregoarem que a prioridade política é o casamento paneleiro ou a fumaça contentinha. A esquerda nao é a alternância que temos, é a determinação e a coragem de um tiro na testa, um que valha a pena e que não seja a promessa bacoca de dias que cantam.
Vai haver uma esquerda quando e apenas levarmos um chuto forte no cú, mas para ja temos as calças reforçadas e as botas são de veludo. E se não há esquerda não há direita, apesar de certos miguelistas que conspiram em mansardas esconsas. E não está mal assim, na condição que os ladrões do costume, Cardosos, Guterres e Isaltinos tenham a rédea curta e o ladrar rouco.
A esquerda que virou direita aprendeu pelo menos uma coisa: que pior que os "exploradores" clássicos são os falsos libertadores que vivem desse fundo de comércio. Tenho dito. Olarilolé: desculpem lá esta vertigem
"

Parabéns, Douro. Neste momento, confesso que te admiro!!!